Nos últimos anos, os sojicultores brasileiros têm-se preocupado – com razão – quando o assunto é  ferrugem-asiática. No entanto, nas últimas safras, as manchas foliares – como a mancha-alvo, a cercosporiose, a septoriose e o oídio – têm ganhado importância pelo aumento de sua incidência, principalmente no Cerrado.

Inclusive, produtores que cultivam o sistema soja-algodão precisam ficar especialmente vigilantes, uma vez que a safra de algodão 2022/23 registrou altos índices de ocorrência da mancha-alvo, e a cultura é uma das centenas de espécies hospedeiras do fungo causador da doença, favorecendo o cenário para uma alta incidência também na safra de soja 2023/24.

Além disso, o El Niño deve contribuir com a formação de condições favoráveis para a ocorrência da doença. Sendo assim, reunimos, neste artigo, tudo sobre a mancha-alvo: informações sobre o patógeno, sintomas, condições favoráveis, potencial de danos e, principalmente, como controlar a mancha-alvo na soja. Confira!

Tudo sobre a mancha-alvo

Detectada no Brasil pela primeira vez na década de 1970, a mancha-alvo começou a causar prejuízos mais acentuados a partir da safra 2005/06 e, a cada ano, tem se tornado mais presente e mais severa. Hoje, estima-se que pode gerar cerca de 40% de perdas na produtividade.

O fato da doença não ter sido o foco de programas de melhoramento mais recentes contribuiu para que até as cultivares consideradas tolerantes registrassem prejuízos devido à mancha-alvo. Aliado a isso, a perda de sensibilidade do fungo a alguns grupos químicos adiciona mais uma camada de dificuldade ao manejo da doença.

O fungo Corynespora cassiicola, causador da mancha-alvo, possui 480 espécies hospedeiras, como feijão, tomate, seringueira, crotalária, além de soja e algodão. Encontrado em todas as regiões produtoras de soja no país, acredita-se que o patógeno seja nativo, entretanto, é a região do Cerrado, especialmente MT, MS, GO e MG, que têm sofrido com os danos. 

O fungo sobrevive em restos culturais e sementes de diversas espécies, incluindo plantas daninhas. Coloniza folhas, hastes, raízes, flores e sementes e é disseminado pelo vento e por gotículas de água. Além disso, temperaturas entre 20 °C e 30 °C e alta umidade relativa do ar têm se mostrado como condições favoráveis para ocorrência da mancha-alvo

A seguir, aprenda a identificar a mancha-alvo na soja por meio dos sintomas e conheça os danos que a doença pode causar.

Como identificar a mancha-alvo na soja?

Os primeiros sintomas de mancha-alvo na soja aparecem nas folhas baixeiras, como pequenos pontos de coloração castanho-claro a castanho-escuro no centro de manchas pardas com halo amarelado, lembrando um alvo – daí surgiu o seu nome.

A depender da reação da cultivar, as manchas podem atingir até 2 cm de diâmetro ou permanecerem pequenas – de 1 a 3 mm – mas em maior número. Cultivares suscetíveis podem sofrer severa desfolha, prejudicando a fotossíntese. Adicionalmente, pode-se notar manchas nas hastes, apodrecimento de vagens e as sementes também podem ser afetadas. Ademais, o fungo pode causar podridão de raiz no início do desenvolvimento da soja, principalmente em áreas sob sistema de plantio direto.

Em doenças foliares, como a mancha-alvo, a variável mais adequada para quantificação é a severidade, que se trata da porcentagem de área de tecido coberto com sintomas. No entanto, a determinação da severidade está sujeita à subjetividade e, nesse sentido, o uso de escalas pode minimizar os erros de avaliação.

Sendo assim, Soares et al. (2009), desenvolveram e validaram uma escala diagramática para avaliação da severidade da mancha-alvo na soja, que apresenta sete níveis de severidade: 1, 2, 5, 9, 19, 33 e 52%. A utilização da escala deve auxiliar a estimar a severidade da doença com melhor acurácia e precisão. Confira abaixo:

mancha-alvo na soja

Crédito: Soares et al., 2009.

Ainda que fazer a identificação da doença seja fundamental para controlá-la, quando os sintomas se tornam visíveis significa que a infecção já está consolidada e que perdas na produtividade já aconteceram. Por isso, entender a importância do manejo preventivo é essencial. Nos parágrafos abaixo, vamos falar mais sobre isso.

Como controlar a mancha-alvo na soja?

Diante da alta probabilidade de ocorrência da mancha-alvo na safra de soja 2023/24, é necessário que o produtor tenha conhecimento das melhores estratégias para o controle da doença. Dessa forma, tenha em mente as seguintes recomendações:

  • Escolha cultivares com resistência ou tolerância à mancha-alvo. Considere experiências pessoais e relatos de outros sojicultores em relação às respostas das cultivares a essa doença. Ademais, considere cultivares adaptadas para a sua região de cultivo e investigue o histórico da área para uma escolha mais assertiva.
  • Utilize sementes certificadas e de qualidade. A escolha da semente é de extrema importância em qualquer programa de manejo, assim, é essencial garantir materiais que sejam confiáveis e que garantam bons índices de sanidade e pureza.
  • Faça tratamento de sementes. O fungo Corynespora cassiicola infecta sementes e coloniza diversos tipos de resíduos presentes no solo. Portanto, proteger o cultivo desde antes da germinação é essencial.
  • Elimine plantas daninhas hospedeiras. O patógeno causador da mancha-alvo pode infectar centenas de plantas, cultivadas ou daninhas, e se mantém vivo em restos culturais. Assim, realizar a dessecação pré-plantio e o manejo pré-emergente são boas estratégias para reduzir o inóculo desde o início do desenvolvimento da lavoura.
  • Implemente a rotação de culturas com espécies não hospedeiras, como milho e demais gramíneas – quebrar a ponte verde é fundamental para o impedimento da disseminação do fungo.
  • Faça o manejo preventivo com fungicidas. É de extrema importância que o manejo seja sempre feito de maneira preventiva, uma vez que a doença pode avançar rapidamente e causar danos que não podem ser revertidos posteriormente.

Além disso, no que se refere ao uso de fungicidas, não basta apenas saber que precisa aplicar, é necessário ter conhecimento de quando aplicar para evitar perdas de produtividade por erro no posicionamento.

Nesse sentido, é importante que os esforços de controle ocorram no sentido de construir uma boa sanidade das plantas. Quando pensamos em manejo químico, os cuidados no estádio vegetativo são imprescindíveis para explorar o máximo do potencial produtivo da lavoura.

Adicionalmente, é preciso se atentar, principalmente, às aplicações no pré-fechamento das linhas, momento crucial para a proteção da cultura contra as principais doenças, como a mancha-alvo. Importante sempre lembrar dos princípios do manejo consciente e utilizar multissítios para aumentar a eficiência do programa de manejo.

Não menos importante, também é preciso se atentar para as últimas aplicações, que garantem a consolidação de todo o programa de manejo realizado ao longo do desenvolvimento da cultura da soja.

Mitos e verdades sobre a mancha-alvo

Agora que você sabe as principais informações sobre a mancha-alvo, é capaz de discernir a respeito de mitos e verdades sobre a doença:

mancha-alvo na soja

Fungicida para controle da mancha-alvo na soja

Sempre atenta às necessidades do campo, a Syngenta desenvolveu um fungicida implacável no controle da mancha-alvo: MIRAVIS® Pro é um produto à base de ADEPIDYN® technology, molécula inovadora de alta eficácia, única pertencente ao novo grupo químico N-metoxy-pirazol-carboxamidas, aliada ao protioconazol, conhecido pela eficiência no controle de manchas foliares, principalmente mancha-alvo.

MIRAVIS® Pro proporciona um maior poder intrínseco de controle, com amplo espectro de ação, apresentando controle superior do complexo de doenças da soja, logo nas primeiras aplicações. Além disso, conta com a tecnologia Empowered Control, que dispensa o uso de adjuvantes, facilitando a vida do produtor.

No vídeo abaixo, você confere mais informações sobre o cenário de manchas foliares na soja e sobre esse fungicida simplesmente poderoso:

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