Na segunda semana de agosto de 2023 (dias 8 a 10), os principais players do setor de distribuição de insumos agrícolas do Brasil estiveram reunidos no Transamerica Expo Center, localizado na Zona Sul da cidade de São Paulo, para compartilhar as tecnologias e inovações que fazem com que o relacionamento com o produtor seja o mais eficiente possível.
O Congresso Andav, que ressalta a importância desse setor que que contribui para a assertividade na produção e otimização dos custos e resultados no campo, contou com a participação de mais de 200 marcas diferentes, em 160 estandes, com a representação de sete países diferentes.
Mantendo a tradição, a Syngenta marcou presença em mais um ano, com um estande que pôde ser definido pelas seguintes palavras: propósito e relacionamento.
O espaço contribuiu para que o networking imperasse durante o três dias, com exclusividades como a cafeteria Nucoffee, que serviu cafés especiais ao longo dos três dias, e como o Estúdio Mais Agro, que recebeu painelistas, especialistas e lideranças para debater os assuntos mais relevantes do setor. As entrevistas foram mediadas tanto pela jornalista e produtora Luisa Nogueira quanto pela Rádio CBN, que realizava a transmissão ao vivo em seu canal do YouTube.
No total, foram realizadas 19 entrevistas com 43 figuras importantes do setor de distribuição.
O Portal Mais Agro realizou uma cobertura durante os três dias de Andav e, neste artigo, você confere como foi a participação da Syngenta em cada um deles e quais os assuntos que imperaram nas plenárias. Boa leitura!
1º dia da Andav 2023: revolução agrícola e sustentabilidade
Entre as principais pautas discutidas, a promoção da sustentabilidade no setor de distribuição esteve no primeiro painel internacional do Congresso.
A solenidade de abertura contou com a presença de autoridades do estado de São Paulo, como o Secretário de Agricultura e Abastecimento, Antônio Júlio Junqueira, e o Superintendente de Agricultura e Pecuária do Mapa, Guilherme Campos. Também esteve presente a Presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, que participou de um dos principais painéis do dia: “A revolução do agro: produção mundial de alimentos”.
Secretário de Agricultura e Abastecimento, Antônio Júlio Junqueira, participando da abertura do Congresso Andav 2023
O painel discutiu o cenário político e econômico, além dos desafios e tendências do setor para a próxima década. Silvia ressaltou as mudanças no mercado e como elas já impactam o pensamento da agricultura do futuro.
“Temos uma revolução da bioeconomia, com insumos biológicos, por exemplo. Tudo isso traz uma nova visão, uma mudança na forma como os distribuidores precisam pensar na agricultura, trazendo novos desafios e oportunidades, aumentando nossa produção e tornando os distribuidores agentes dessas novidades”, disse Silvia.
Presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, na Andav 2023
O início da programação também trouxe o primeiro painel internacional realizado pela Andav, com o tema: “O Cenário Global da Distribuição de Insumos”, que foi debatido com a presença de autoridades no assunto, CEOs e diretores de empresas multinacionais que enfatizaram tendências do mercado de distribuição em países como a África do Sul, México e Estados Unidos.
Segundo o diretor Conselheiro da Andav, Alberto Yoshida, o painel serviu para apresentar a evolução dos modelos de distribuição de outros países, como o americano.
“Nunca teremos esse modelo americano, porque temos ciclos e relações diferentes. Mas nos últimos cinco anos, o Brasil passou por uma grande mudança no mercado, a distribuição continua firme e forte. O que ocorreu nos últimos anos foi o incremento de plataformas, que hoje fazem parte da rede de distribuição”, destaca Alberto.
Quanto à sustentabilidade, o Diretor Executivo da Andav, Paulo Tibúrcio, destacou a realização do painel “Green Deal” ou Pacto Verde. O painel ocorreu no segundo dia do evento e irá debater as exigências e restrições impostas pelo continente europeu e como elas afetam o Brasil.
O tema da sustentabilidade também foi abordado por autoridades que participaram da plenária, como o superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária do Mapa, Guilherme Campos. Conforme ele, é preciso entender que as exigências muitas vezes têm o objetivo de prejudicar a competitividade do Brasil no mercado exterior.
“Dizem isso argumentando que estamos desmatando aqui para poder plantar, mas isso não é verdade. Nosso ministro Carlos Fávaro está percorrendo o mundo mostrando o Brasil, mostrando que produzimos com muita segurança, competência e com uma característica que ninguém possui: somos campeões em prover alimentos.”
No Estúdio Mais Agro, comandado pela jornalista e produtora rural Luísa Nogueira, foram discutidos os temas importantes do setor, como a presença feminina no agronegócio, o papel da distribuição no futuro do agro e sucessão familiar no campo.
Estúdio Mais Agro, comandado pela jornalista e produtora rural Luísa Nogueira, com um debate sobre sucessão familiar no campo
Após o término do evento, a rede de distribuição Syngenta participou de um jantar exclusivo, no qual o relacionamento pôde ser ainda mais estreitado. Neste momento exclusivo, 160 distribuidores estiveram presentes.
2º dia da Andav 2023: inovações e tecnologias devem ditar novos rumos da distribuição de insumos
As tecnologias e inovações do mercado, bem como a resposta do Brasil à União Europeia, foram temas abordados no segundo dia da Andav 2023.
Durante a plenária do evento, especialistas destacaram a evolução da produção brasileira de grãos, sobretudo o crescimento da produtividade das lavouras de soja e do milho, que ganharam destaque global nos últimos anos, mas isso também gerou um alerta em relação a logística.
“Estamos progredindo rapidamente, com um crescimento de 5,5% na produção de grãos, a maior taxa do mundo. No entanto, para continuarmos nesse ritmo, é fundamental alcançar um equilíbrio melhor nas condições de armazenamento, portos, embarques de navios e acelerar o processo de escoamento e estocagem”, destacou Carlos Cogo, Sócio-Diretor da Cogo Inteligência.
Ao longo dos painéis apresentados, diversos aspectos relacionados à tecnologia e inovação na distribuição de insumos foram abordados. Sibelle de Andrade Silva, Assessora da Presidência da Embrapa, enfatizou as inovações em tecnologia da informação e comunicação.
Sibelle de Andrade Silva, Assessora da Presidência da Embrapa
Segundo ela, isso auxilia os produtores na tomada de decisões. “São aplicativos que os próprios distribuidores podem disponibilizar aos produtores” Sibelle ainda destacou a importância da agricultura biológica para esse cenário de inovação para a sustentabilidade do setor.
E esse tema também foi novamente abordado nos painéis, desta vez focando no Pacto Verde da União Europeia. A nova legislação exige que empresas da União Europeia garantam que os produtos vendidos no bloco de países que compõe esse grupo não tenham contribuído para desmatamento ou degradação de florestas.
A chamada Lei Verde foi adotada pelo parlamento europeu, visando conter o desmatamento global. No caso do Brasil, ela afeta diretamente sete cadeias presentes na pauta de exportação: gado bovino, cacau, café, óleo de palma, soja e madeira, bem como produtos que contenham ou tenham sido alimentados por essas commodities.
A Diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mor Andrade, expressou a preocupação da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária: “Observamos um possível desvio no comércio global e aumento dos custos para o produtor. Embora essa discussão sobre cadeias de suprimentos e desmatamento esteja mais avançada na União Europeia, outros países também estão seguindo esse movimento, como os Estados Unidos e a Ásia. Nossa preocupação é o impacto disso no nosso produtor: os custos aumentarão, mas será que haverá um pagamento maior por isso?”.
No Estúdio Mais Agro, a sustentabilidade também foi abordada. Durante uma conversa com Luisa Nogueira, José Luiz Tejon destacou o papel de destaque da produção sustentável do Brasil. Ele afirmou que o país “poderá assumir um protagonismo planetário”.
Luísa Nogueira e José Luiz Tejon, jornalista, publicitário e Sócio-Diretor da Biomarketing, diretamente no Estúdio Mais Agro
O estúdio também tratou da Reforma Tributária, da educação profissional no agronegócio e das novas ferramentas financeiras e de crédito.
Ao fim do dia, o estande da Syngenta organizou um Happy Hour, com comida de boteco e música ao vivo.
O Happy Hour da Syngenta na Andav 2023 foi mais um momento de muito networking
3º dia da Andav 2023: imagem e reputação do agro são discutidas
O último dia da Andav 2023 foi marcado pela apresentação do Relatório Anual da Andav, com dados referentes ao faturamento de 2022, que alcançou R$ 105 bilhões.
Entre os estados, o Mato Grosso representou 23% desse faturamento, seguido de Minas Gerais com 22%, Paraná com 14% e Goiás com 13%. Nesse contexto, os defensivos representaram o maior volume na distribuição, com 46%, seguidos dos fertilizantes de solo, que aumentaram de 22% para 26%.
O faturamento com os grãos mais uma vez ganhou destaque, totalizando R$ 40,3 bilhões, e a soja liderou esse ranking com 61% das comercializações, com 15,9 milhões de toneladas.
O levantamento da Andav também trouxe uma novidade, que foi o mapeamento de lojas pelo Brasil. E os únicos estados que não possuem lojas de distribuição são: Amazonas, Roraima e Amapá. O ano de 2022 foi marcado pela abertura de 283 novas unidades associadas à Andav.
O dia também teve debates que ressaltaram as inovações que cercam o setor. Na plenária, essas inovações trouxeram a reflexão da necessidade de os distribuidores acompanharem as mudanças que permeiam a distribuição. São exatamente essas novidades que devem marcar um novo momento de oportunidades, como os aplicativos tecnológicos que levam de forma mais rápida até o produtor, as soluções tecnológicas para o campo.
Outro tema que reverberou ao longo do dia foi a visão de líderes e especialistas sobre projetos de comunicação, educação e interações. Marcos Amazonas, CEO da Connect Entretenimento e Educação, destacou as diferenças entre as gerações, que indicam um novo comportamento e a necessidade de novos caminhos.
Segundo ele, é preciso deixar claro para as novas gerações o que o mundo está vivendo e apoiá-las para que possam tomar decisões próprias. “Temos que ter uma comunicação autêntica, reconhecendo nossos erros e propondo nosso futuro, para que elas tenham o direito de discernir e caminhar. Essa é uma geração que não vai aceitar ‘faça isso’ ou ‘faça aquilo'”, ressaltou Amazonas.
A Presidente do Conselho da ABAG, Mônika Bergamaschi, destacou que a busca é tornar as coisas mais atrativas. “Em nosso programa, o que tentamos fazer é capacitar os professores. Como o agronegócio está presente na vida de todos, fornecemos ao professor ferramentas para que inclua isso em sua grade curricular e torne o aprendizado mais interessante”.
O evento foi encerrado com a participação de mais 12 mil pessoas.
Para conferir os destaques do evento e as transmissões das entrevistas do Estúdio Mais Agro, acesse as redes sociais da Syngenta e da Rádio CBN.
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